sexta-feira, 25 de junho de 2010

Paraty




A região da atual Paraty era habitada por indígenas Guaianás anteriormente ao descobrimento do Brasil pelos Europeus.


Nos primeiros anos do século XVI os portugueses já conheciam a trilha aberta pelos guaianases ligando as praias de Paraty ao vale do Paraíba, para dá da serra do Mar.


Embora alguns autores pretendam que a fundação de Paraty remonte à primeira metade desse século, quando da passagem da expedição de martim Afonso de Sousa, a primeira notícia que se tem do povoado é a da passagem da expedição de Martim Correia de Sá, em 1597. À época, a região encontrava-se compreendida na Capitania de São Vicente.


O núcleo de povoamento iniciou-se no morro situado à margem do rio Perequê-Açu (depois morro de Vila Velha, atual morro do Forte). A primeira construção de que se tem notícia é de uma capela, sob a invocação de São Roque, então padroeiro da povoação, na encosta do morro. O aldeamento dos guaianases localisava-se à beira-mar.


Em 1636, Maria Jácome de Melo fez a doação de uma sesmaria correspondente à área situada entre a margem do rio Patitiba (atual centro histórico), para a instalação do crescente povoado, com a condição de que os indígenas não fossem molestados e de que fosse erigida uma nova capela, sob a invocação de Nossa Senhora dos Remédios.


A partir de 1654 várias rebeliões ocorreram entre os moradores, visando tornar a povoação independente da vizinha Angra dos Reis, o que ocorreu em 1660, com a revolta liderada por Domingos Gonçalves de Abreu, vindo o povoado a ser alçado à categoria d vila. este ato de rebeldia foi reconhecido por Afonso VI de Portugal , que, por Carta Régia de 28 de fevereiro de 1667 ratificou o ato dando-lhe o nome de "Vila de Nossa Senhora dos Remédios de Paraty".
Com a dscoberta do ouro na região das Minas Gerais, a dinâmica de Paraty ganhou um novo impulso. Em 1702, o governador da Capitania do Rio de Janeiro determinou que as mercadorias somente poderiam ingressar na Colônia pela cidade do rio de Janeiro e daí tomar o rumo de Paraty, de onde seguiriam para as Minas Gerais pela antiga trilha indígena, agora pavimentada com pedras irregulares, que passou a ser conhecida por Caminho do Ouro.
A proibição do transporte d ouro pela estrada de Paraty, a partir de 1710, fez os seus habitantes se rebelarem. A medida foi revogada, mas depois restabelecida. Este fato, mas principalmente a abertura do chamado Caminho Novo, ligando diretamente o Rio de Janeiro às Minas, tiveram como consequência a diminuição do movimento na Vila.
A partir do século XVII registra-se o incremento
no cultivo da cana-de-açúcar e a produção de aguardente. No século XVIII o número de engenho ascendia a 250, registrando-se, em 1820, 150 destilarias em atividade. A produção era tão elevada que a expressão "Parati" passou a ser sinônimo de cachaça, produção artesanal que perdura até os nossos dias.
Para burlar a proibição ao tráfico de escravos pelo regente Padre Diogo Feijó, o desembarque de africanos passa a ser feito em Paraty. As rotas, por onde antes circulava o ouro, passaram então a ser usadas para o tráfico e para o escoamento da produção cafeeira do vale do Paraíba, que ainda se iniciava.
À época do Segundo Reinado, um Decreto Lei de 1844, do imperador Pedro II do Brsil, elevou a antiga vila a cidade.
Com a chegada da ferrovia a Barra do Piraí (1864) a produção passou a ser escoada por ela, condenando Paraty a um longo período de decadência.
A cidade e seu patrimônio foram redescobertos em 1954, com a reabertura da estrada que a ligava ao estado de São Paulo - a Pa
raty-Cunha - , vindo a construir-se em um polo de atração turística. Desse modo, em 1958, o conjunto histórico de Paraty foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O movimento turístico intensificou-se com a abertura da Rio-Santos (BR 101) em 1973.
Hoje a cidade é o segundo polo turístico da cidade do rio de Janeiro e o 17º do país. Devido a essa relevância, foi uma das poucas cidades que não é capital de estado a receber a Tocha dos Jogos Pan-Americanos de 2007 nos dias que antecederam aos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro.



Nenhum comentário:

Postar um comentário